27 de mar. de 2011
1 de abr. de 2009
Poesia
Flor Menina
Num sítio Jardim Tapiratiba
Nasceu uma humilde flor menina.
Sua existência não passaria em branco
Mas a todo jardim marcaria.
Infância espremida, gemente, sofrida,
Entre seca pobre e solidão,
Pé no chão para ir à escola,
Mas o florir alimentava o coração.
Flor menina doce encanto
Jovem muito cedo ficou,
E ao quadro de sua simplicidade
ingenuidade e romantismo emoldurou.
Na transformação física de seu corpo
Apareceu em seu no caule um espinho,
Olhando-o apaixonada, Flor menina
Resolveu atar a ele o seu destino.
O espinho num ímpeto de robustez
Prometeu cuidar da Flor com carinho
Mas dizem que espinho é flor que não nasce
se nascer fere os que atravessam seu caminho.
Pobre flor encantada com as promessas
Aturdida, só depois entenderia,
O preço de seu amor seria alto
Com sua própria vida pagaria.
Na verdade o atroz espinho
gostaria de ser menina Flor
mas a tudo que tocava só feria
convertendo alegria em dor.
Não podendo a integridade de flor Menina atacar
Sua estratégia foi feri-la,
Pois ao sofrer ela chorava
Chorando lágrimas de sangue vertia.
Dois brotos lhe nasceram como filhos
Mas o Medo pela vida os conduzia,
Flor Menina aconchego e segurança
Como leoa aos filhotes protegia.
Atrelados a ela os dois brotinhos
A tudo podiam suportar
Ventos de ira do espinho
Que mesmo machucando os faziam caminhar.
Crescer maduro é assim mesmo
A gente aprende até com o sofrer
Os brotos agradecem ao espinho
Na tormenta aprenderam a viver
Chegou o momento dos brotos
Darem um rumo em suas vidas,
Para Flor Menina a satisfação
Sua missão estava cumprida
Como tudo na vida tem seu tempo
Flor Menina foi aos poucos adoecendo
Com a mesma ingenuidade da vida
sem perceber estava morrendo
Mã... Flor Menina primavera
Que Deus permitiu abrochar
Agradecemos a ti pela vida
Dentro de nós você sempre estará
Papai... pobre espinho errante
Que viveu sem entender
Ao desejares a morte da flor
com ela irias morrer.
E nesta história verídica
Tudo isso aconteceu
Flor Menina foi ceifada
Deixando seus filhotes na estrada... para a vida prosseguir.
6 de nov. de 2007
Fada Lile
10 de mar. de 2007
A Borboleta
Trazendo uma borboleta, Volta Alfredo para casa. Como é linda! é toda preta, Com listas douradas na asa.
Tonta, nas mãos da criança, Batendo as asas, num susto, Quer fuguir, porfia, cansa, E treme, e respira a custo.
Contente, o menino grita: "É a primeira que apanho, "Mamãe! vê como é bonita! "Que cores e que tamanho!
"Como voava no mato! "Vou sem demora pregá-la "Por baixo do meu retrato, "Numa parede da sala".
Mas a mamãe, com carinho, Lhe diz: "Que mal te fazia, "Meu filho, esse animalzinho, "Que livre e alegre vivia?
"Solta essa pobre coitada! "Larga-lhe as asas, Alfredo! "Vê com treme assustada . . . "Vê como treme de medo . . .
"Para sem pena espetá-la "Numa parede, menino, "É necessário matá-la: "Queres ser um assassino?"
Pensa Alfredo . . . E, de repente, Solta a borboleta . . . E ela Abre as asas livremente, E foge pela janela.
"Assim, meu filho! perdeste "A borboleta dourada, "Porém na estima cresceste "De tua mãe adorada . . .
"Que cada um cumpra sua sorte "Das mãos de Deus recebida: "Pois só pode dar a Morte "Aquele que dá a Vida!"
Tonta, nas mãos da criança, Batendo as asas, num susto, Quer fuguir, porfia, cansa, E treme, e respira a custo.
Contente, o menino grita: "É a primeira que apanho, "Mamãe! vê como é bonita! "Que cores e que tamanho!
"Como voava no mato! "Vou sem demora pregá-la "Por baixo do meu retrato, "Numa parede da sala".
Mas a mamãe, com carinho, Lhe diz: "Que mal te fazia, "Meu filho, esse animalzinho, "Que livre e alegre vivia?
"Solta essa pobre coitada! "Larga-lhe as asas, Alfredo! "Vê com treme assustada . . . "Vê como treme de medo . . .
"Para sem pena espetá-la "Numa parede, menino, "É necessário matá-la: "Queres ser um assassino?"
Pensa Alfredo . . . E, de repente, Solta a borboleta . . . E ela Abre as asas livremente, E foge pela janela.
"Assim, meu filho! perdeste "A borboleta dourada, "Porém na estima cresceste "De tua mãe adorada . . .
"Que cada um cumpra sua sorte "Das mãos de Deus recebida: "Pois só pode dar a Morte "Aquele que dá a Vida!"
Texto de Olavo Bilac
A Arte de Ouvir e Contar Histórias
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